UMIDADE

Turbulência no céu. O corpo sente o tremor dos resmungos irascíveis dos trovões e se perde das próprias palpitações. Caminho sem inflexões sob as diminutas marquises. A chuva refaz a superfície espelhada de ontem nas taciturnas sombras. Uma poça d’água represa um sonho, encharca os pés com resquícios de frio. Arrepio. No chão os passos farfalham folhas de outono em uma sinfonia apressada. Vindimas adiadas. O ar molhado desenha no corpo a inconstante ventania...

Helena Sut
Enviado por Helena Sut em 20/09/2006
Código do texto: T244649