Força interior
Mergulhou intensamente sob a luz inebriante, deixou-se ferir na pluma macia, delicada, fez castelo de ruínas, construiu solidão.
O frio eminente já ardia em desespero, o grito abafado, quase um sussuro, inaudível, insólito, abstrato.
Em passos adormecidos caminhava ofegante, buscava sonho, encontrava o fim.
Quando tudo parecia nada, seus joelhos receberam a carga, entregue, perdida, impossibilitada.
Uma lágrima pinga no chão, feito chuva invadindo o sertão, renovou-se no desespero.
Havia força, havia fé, pôs-se de pé, para cima olhou, rasgou do peito o trovão, voz imponente trovejou.
Da alma submissa, a ordem partiu, não mais suplicou, impôs-se, ordenou.
E a chuva veio refrescar, o sol aquecer, iluminar, o medo desfragmentou, partiu, calou.
E a vida então sorriu, quando o arco-iris riscando o céu, sutilmente acenou...
"Quando não há mais nada a perder,
é porque só temos a ganhar"