Força interior

Mergulhou intensamente sob a luz inebriante, deixou-se ferir na pluma macia, delicada, fez castelo de ruínas, construiu solidão.

O frio eminente já ardia em desespero, o grito abafado, quase um sussuro, inaudível, insólito, abstrato.

Em passos adormecidos caminhava ofegante, buscava sonho, encontrava o fim.

Quando tudo parecia nada, seus joelhos receberam a carga, entregue, perdida, impossibilitada.

Uma lágrima pinga no chão, feito chuva invadindo o sertão, renovou-se no desespero.

Havia força, havia fé, pôs-se de pé, para cima olhou, rasgou do peito o trovão, voz imponente trovejou.

Da alma submissa, a ordem partiu, não mais suplicou, impôs-se, ordenou.

E a chuva veio refrescar, o sol aquecer, iluminar, o medo desfragmentou, partiu, calou.

E a vida então sorriu, quando o arco-iris riscando o céu, sutilmente acenou...

"Quando não há mais nada a perder,

é porque só temos a ganhar"

Médico de almas
Enviado por Médico de almas em 18/08/2010
Reeditado em 18/08/2010
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