Ana
Brincava comigo
os brinquedos de criança.
Não sabia ela,
que eu me entretinha
em contempla-la.
E quando, brincando
me olhava,
dava-me o mundo,
dava-me o paraíso.
Brincava comigo
os brinquedos da adolescência.
Mal sabia ela,
que seu sorriso me cativava.
E quando, brincando,
me abraçava,
dava-me a quentura
de mil sóis,
dava-me o infinito.
Brinca ainda, comigo.
Não leva a sério
a minha seriedade,
quando digo que a amo.
E eu não acho graça alguma
com essa brincadeira
meio sem graça.