DA PELE
Cai a lua
Cai o dia
Cai do berço a nostalgia
Estou nua
Estou vazia
Estou descalça no meio da rua
Me diga a verdade
Mesmo que me doa
Eu choro, sofro
Mas quem não perdoa?
Se não te amasse tanto
Permitiria-me ser covarde
Eu brigo, amoleço
Mas quem não invade
A intimidade de quem ama?
Mas quem não deseja
Partilhar a cama, os sonhos, as descobertas?
Fico sozinha
Fico na praça
Fico vermelha e sem graça
Vou à prainha
Faço pirraça
E me embaraça estar sem calcinha
Estou longe da verdade
Por mais que a procure
Eu caço, laço
Mas não há quem ature
Tanto segredo, tanto medo
Tanta falta de ter pra si, outro coração.