QUEDA E REDENÇÃO
Luz, eu te busco por eons de tempo! Nos tantos caminhos que percorri, em muitos deles me perdi... Senti o fracasso em meu ser e, muitas vezes, sucumbi ao peso da desilusão. Quedas inúmeras ralaram minha alma e as escoriações deixaram mazelas difíceis de curar. Me vi tão só e tão escura! Como um quase afogado, bebi o fel da amargura e naufraguei na ilha do desalento. E no mar imenso da decepção, vazia me peguei. No precipício atordoante da desesperança despencaram meus sonhos, nada mais almejei, perdi a fé e lá fiquei... Caída, inerte, escura.
Não sei do tempo que passou. Não sei se o dia veio e eu não vi, se o sol brilhou e eu não notei. Sem claridade e sem calor eu me senti. Doiam as feridas e isso era só o que eu percebia. Não sei de onde veio a mão que me tocou e, de repente, a alma se acalmou. Um bálsamo de amor tocou as fímbrias do meu ser e, pouco a pouco, a transformação se processou.
Luz, eu te vi! E hoje estou em ti! As cicatrizes ficaram, mas a insanidade sumiu. A dor se foi... Se sofro ainda? Sim. Mas compreendi que ninguém é imune ao sofrimento. Reaprendi a conviver, a resolver, a aceitar as situações da vida. Sem mágoas, sem desespero, sem auto-piedade.
Sou mais um humano que luta, batalha e não entrega a alma a auto-destruição. Pequenina vela sou ainda, mas minha tênue claridade tem seu valor na escuridão. Minha pequena vela se associa às velas de todos que convivo, inclusive daqueles que me lêem neste momento. Sei que, somando nossas chamas, iluminaremos a aura sutil na nossa Terra-Mãe. Enfim, faço parte da Luz!
************
*** Obrigada pela linda interação, Erípedes Barbosa Ribeiro!
Dá-me um pouco do teu brilho
Estrela matutina
Que a alva da manhã beija e ilumina
Que a luz que irradia
No claro da aurora
Tenha reflexo em mim
E nunca vá embora!