Em Contrapartida

Do assombro de tudo que sou

Não sobra nada, nem temor nem estrada!

Dia triste, pico inclinado... Cadeia

Acalanto murcho espeta a orelha

Cosem gorduras na calça de linho e se vão

Papel manchado de linhas.

Toque primo e abstrato de surrealismo

A brotar bandeiras nesta mente incolor

Devaneios de prostrada valia

Vão vagabundo, iridectopia

Não alcança a aura pela transparência

Pára um instante a se lhe agregar.

Dinamite boa no toalete envenenado

Venta a acariciar a palmeira da gris manhã

Nem tem projeção sua copa salgada

Parece serrar a calçada, de pungência que deita

Não me traz dois dedos de licor mentolado

Mas sabe de mim tudo o que o nada cobra.

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 18/09/2006
Código do texto: T243164
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