DOIS MUNDOS

Vivo em dois mundos

distintos entre si,

no entanto tão parecidos!

Caminho livremente entre êles

como viajante sem teto.

Vivo entre vivos e mortos

cada um na sua esfera.

Mato saudades, abraço,

relato depois aos vivos.

Vivo em dois mundos,

um real e palpável,

outro quase imaginação.

Assim consigo minorar a dor,

o buraco da perda.

Quando volto ao meu mundo

alegre, doce presente de Deus,

Saúdo meus mortos,

quietos e solenes no seu sono profundo

Arabela Figueiró
Enviado por Arabela Figueiró em 10/08/2010
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