DOIS MUNDOS
Vivo em dois mundos
distintos entre si,
no entanto tão parecidos!
Caminho livremente entre êles
como viajante sem teto.
Vivo entre vivos e mortos
cada um na sua esfera.
Mato saudades, abraço,
relato depois aos vivos.
Vivo em dois mundos,
um real e palpável,
outro quase imaginação.
Assim consigo minorar a dor,
o buraco da perda.
Quando volto ao meu mundo
alegre, doce presente de Deus,
Saúdo meus mortos,
quietos e solenes no seu sono profundo