Tentáculos do Leviatã
Suspeito de um crime ou injustiçado, coitado!!
Pelos tentáculos do Leviatã vai sendo amordaçado
E vai sendo levado!
Com ou sem culpa por diversos nomes será taxado
Se for capturado será ressocializado?
Ou será pelo sistema macerado?
Ser-lhe-ão apresentados os direitos?
Ou simplesmente toldados?
Pelos tentáculos do Leviatã será açoitado
E variados epítetos lhe são apontados
Perante a polícia foi abordado
Elemento, meliante, sujeito, desordeiro e, no mínimo, asilado!!
E lá vai ele sendo escaldado, ops! digo, escoltado!
Na delegacia de polícia, desprovido do contraditório e da ampla defesa é carimbado de autuado, indiciado ou indigitado!
Em Juízo, já perdendo o siso
Pelo Ministério Público é “vergastado”
Seja como denunciado, autor do fato ou acusado!
E aí vai sendo esculachado!!
E pela praga do Leviatã vai sendo amaldiçoado!
Pelas presas do Leviatã vai sendo trucidado e devorado
E a força do tratamento faz-se um círculo viciado
Entre detento, réu e condenado até ser tarimbado de culpado, apenado, prisioneiro e presidiário!!
E se for condenado será readaptado?
Ou ao crime estará perpetuado?
Ante aos inúmeros epítetos direcionados
Pelas alcunhas é acunhado
E do meio social exilado!
Simplesmente, marginalizado!
Pelos tentáculos do Leviatã vai sendo moldado e, por fim, sepultado!