Escuta-me olhando
Além de não querer me ouvir, aguça os ouvidos como quem tenta decifrar, das frases que penso ou ingatilho na ponta da minha língua, que raciocino em retalhadas as coisas na minha cabeça, pára num canto e os seus passos, esperam os meus das mesmas pegadas do meu sapato. Se fecha em si mesma como uma pedra áspera, rígida, e um tanto pesada, que te falta, a uma pétala leve e frágil, lágrima que teima em chover da chuva marejados olhos.
Cruza os braços, mordendo os lábios, ocultando a face com a cabeça baixa, você bem que tenta mas os seus cabelos não lhe servem como máscaras.
Naquele banco de praça, da minha versão , atuava a razão, quase nada que falava e me atrapalhava claramente confuso, tu ameaçavas umas palavras e no entanto me dizia apenas em soluços.
Por favor, escuta-me olhando, que eu lamento tanto o teu choro e soluçando, sabendo que isso não cabe te pedindo desculpas, mas o teu sofrimento cabendo na minha culpa.
E você me olha mutando o que escutava, trancafiava as minhas palavras, eu pedindo com os olhos em seus olhos um perdão vendo seus olhos alagados, mas dei lhe o que me pedias muda o que coube em um abraço.