TEU PARTIR, MEU ACENAR
Esqueço-me de ti para conhecê-lo mais a cada dia
Um gesto teu e de longe reconheço
Tal qual personagem insone em minhas fábulas
Invento-te bem melhor do que és
Finjo que és cavaleiro em busca do Graal
Esqueço que és, tão só, o fugitivo de ti
Sigas e leves contigo teus sonhos, teus anseios
Já não são meus. Há muito deixastes de repartir
Busca-os todos e talvez neles te encontres
E ao ouvir o canto dos córregos dos rios a correr para o mar
Talvez sintas vontade de voltar e fazer de minha morada teu lar
Mas talvez, tenha eu já te esquecido e serei alma esvanecida
E de mim terás apenas a longínqua presença no ar
E a doce memória do teu partir e do meu acenar