nós, os talentolos




     Cheguei, mãos vazias, peito cheio, de Londrina, e liguei pro Weber, para mais tarde, no Nice’s, inventarmos o prêmio Cágado de Literatortura e o programa Mesa Quadrada. O Aluísio apareceu e o convencemos a ir buscar um gravador. A idéia de gravar barices, apesar de barices, era idéia. Até que o Douglas chegou, sem desconfiar de nada, o que nos forçou a representar, ou menos. Jogamos palito, lembramos cinema, e, ao fim, um grande revival, com participação especial de um violonista, chamado Leandro, das piores músicas do mundo. Disso, o que mais valeria a pena, nada foi gravado.

     A noite foi fechando. Eu, seguindo, pensando em quantos outros como nós estariam também se afogando, não no veneno, mas na certeza da capacidade e na inércia por ela gerada.

     Dalí, fui direto trabalhar. E trabalhar direto. Ao menos, nesse disfarce, faço o que cabe: nada. Nada mais que o correto.




 
16/11/2001
Lucas de Meira
Enviado por Lucas de Meira em 09/08/2010
Reeditado em 25/05/2014
Código do texto: T2426872
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