Pássaro-gente

Asas do azul- da água e do ar

Corpo do asfalto.

Cante pra mim? Sua canção soa cantiga

Sua voz não desafina!

De onde você vem? Para onde você vai?

Se eu der-te um sorriso errante, com quaisquer que sejam suas respostas, me leva com você?

Ou fique, simplesmente:

Estacione no meu mistério, repouse sobre o meu ombro...

Não acredito que exista um ninho sequer, que acolha bem sua grandeza.

Ô, meu pássaro peculiar...

Só você pousa e canta rock n' roll na janela dos meus ouvidos.

Entretanto, eu sei,

Não posso te vender o meu ontem, nem te prometer meu amanhã,

Tampouco posso segurá-lo entre os dedos.

Então voe, "pequeno", até onde meus olhos não alcançarão.

Você verá que os seus sonhos da terra,

Os que tanto alimenta,

Já foram conquistados todos

E estão pendurados no céu, esperando que os apanhe.

Então, vá!

Pinte meu horizonte e desenhe nele uma imensidão de incertezas

Depois sobrevoe na minha saudade

E, toda vez que acordar, desperte:

Cada pena sua,

vale a pena.

Fernanda Luchiari
Enviado por Fernanda Luchiari em 07/08/2010
Reeditado em 24/08/2010
Código do texto: T2423986
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