Andei...Andei
Andei tanto, bati tantas estradas!
Conheci descaminhos, quebradas...
mas continuo eu, sem mudanças,
como uma árvore velha imutável.
Assim como ela não sinto o tempo.
Só sinto o vento que me embala,
a chuva que me banha a alma,
os raios de sol que me aquecem,
o sorriso do garoto que me diverte,
do idoso que me enternece.
A dor, essa compartilho
com qualquer andarilho
que precise da minha sombra.
Pairando nas conjeturas, sou árvore,
mas árvore menina na sua insensatez.
Não luto contra o tempo,
não há razão de ser,
tornou-se meu grande amigo
quando enfim desistiu
não pode me envelhecer.