Andei...Andei

Andei tanto, bati tantas estradas!

Conheci descaminhos, quebradas...

mas continuo eu, sem mudanças,

como uma árvore velha imutável.

Assim como ela não sinto o tempo.

Só sinto o vento que me embala,

a chuva que me banha a alma,

os raios de sol que me aquecem,

o sorriso do garoto que me diverte,

do idoso que me enternece.

A dor, essa compartilho

com qualquer andarilho

que precise da minha sombra.

Pairando nas conjeturas, sou árvore,

mas árvore menina na sua insensatez.

Não luto contra o tempo,

não há razão de ser,

tornou-se meu grande amigo

quando enfim desistiu

não pode me envelhecer.

Arabela Figueiró
Enviado por Arabela Figueiró em 07/08/2010
Reeditado em 08/08/2010
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