Pobre poeira cósmica da misericórdia universal.
Eu, poeira cósmica insulada nos confins.
Parei a pensar, após tantos dias de vida
Olhando para o ar, vislumbrei o infinito.
Do nada suspirei como se fora um grito
Solto desprendendo nostálgica partida.
E o que será de mim ao chegar ao fim?
E o meu Deus; o sobrenatural a singrar
Os mares universais e de tudo a cuidar.
Quanto amor a dispensar aos homens
Errantes como sou eu, velhos e jovens
Procurando entender sem se entediar,
E o tempo vai grassando todo o plano.
O homem vai-se iludindo de ano a ano
Como se nada do nada fosse se acabar.
E de tanto pensar; cheguei à conclusão do dom sentimental:
Pois, se tenho o meu irmão para amar me apartando do mal
Sou o ser mais feliz; sem importar com o mero detalhe fatal.
Dentro do amor cabem todos os universos.