Inclemência
A prisão do espírito é lenta, cruel e eterna.
No entanto, abundante é a história até a chegada ao cárcere.
Séculos são necessários, corpos são deteriorados e vidas são perdidas.
Amores são desperdiçados, sonhos são desfeitos e palavras não são esquecidas.
Dores sempre presentes, sorrisos quiça ausentes e tristezas jamais corrompidas.
Quão possível é a liberdade de uma alma depravada?
Seria suficiente a súplica de perdão ao ser onipotente ou porventura demais prudente a resignação diante do infortúnio da existência?
Indagações de pronto replicadas pelo vento, carregadas pelo sofrimento daqueles que eu fiz chorar.
Marcas cravadas e alimentadas pelo tempo que, sonolento, não se faz passar.
Estarão sempre comigo.