ZÉ DE NINGUÉM


Era uma vez
O zé que nunca teve vez
Ou quando era para ser
Terminava justo na hora h
O zé vivia se maldizendo
Urucubaca, filha da mãe
Que não acaba
E assim o zé só chorava
Pelos revezes da sorte
Pelas vezes que não teve
Pela vez que nunca lhe deu vez
Por ter vindo e sido um zé-ninguém
Sem ninguém, sem vintém e ainda zen
Por sempre está seguindo a linha do trem
Que fim não tem, é tem sempre um porém
Maldito trem que também não vem
Pobre zé, pobre coitado, pobre diabo
Que nem o diabo quer, esse é o zé
De fato um zé-ninguém, o zé de ninguém.

ZARONDY, Zaymond; LOPEZ, Luciah. Sintonia poética. Paraná: Nogue Editora, 2019.
ISBN 978-85-92939-22-9
Zaymond Zarondy
Enviado por Zaymond Zarondy em 05/08/2010
Reeditado em 22/02/2019
Código do texto: T2420260
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.