Da não compreensão da vida, o talvez.
Ora, conversava eu com um ser
Que não entendia porque continuar na vida
Talvez tenha visto, mas não pude perceber a causa,
Talvez eu o fosse, talvez não só eu, mas não disse nada
Citei-lhe o bom poema de Carlos Drummond de Andrade
"Os ombros suportam o mundo", teus ombros,
Frisou-me a parte de viver a vida sem mistificação
Mistificação, mistificação... Talvez fosse preciso seu uso
Mas eu já não a utilizava, talvez tivesse compreendido a vida,
Entendido...
Não! A vida não se entende, talvez
Um dia ela se explique, talvez
seja só essa procura, eterna, por um sentido,
enfim, talvez, "simplesmente", se viva.