SEM BRILHOS OU SERPENTINAS

Num momento confuso e distraído,

Com as vestes sem brilhos ou serpentinas,

Desposando da face de menina,

Acabrunhada encontrava-se a moça,

Ela inteira desenhava-se insossa,

Desprovida de qualquer entusiasmo

Relutava em sair do tal marasmo,

Que a muito mergulhara por desgosto,

Não sabia do querer o pré suposto,

Que contamina a quem adere ao desengano,

Classificando este mundo de tirano,

Quando ouviu um som alheio ao normal,

Um instrumento que também passava mal,

Abandonado em antro teatral,

Logo se uniram pelas forças convergentes,

E em pouco tempo descobriram as afeições,

Pois cada um avia sido preterido,

Inevitáveis aos danos que surgirão,

Ao instrumento o silencia sepulcral,

Pela ausência do sopro do tocador,

E aquela jovem que passava muito mal,

Entorpecida por falto do seu amor,

Ser imaginário a quem ela nunca viu,

Linda paixão com a qual sempre sonhou,

E quase sempre assim dissolvem-se os amores,

Propiciando algum prazer,e imensas dores.