Jangadeiro

Sou náufrago do seu amor,

Neste mar de ilusão

Fui aos poucos lançado

Sem culpa

Sem controle

A deriva

Enfrento ventos laterais

Tempestades de paixão

Envolvido em vendavais

Vejo tudo mergulhado

Em águas profundas da saudade

Busco sete infinitos acima

E encontro sete mares

Abaixo declina

Navego em turbulência

Na solidão

Sem dono

No abandono embarcado

Lançado a própria sorte

Preste a imergir

Jogado contra os rochedos

Do seu coração de pedra

A única esperança

Iminente, a vida,

Ou a morte que rodeia bem perto

O bem que todos recebem

Por herança,

Diante desta verdade fatal

Canoa e canoeiro,

Rochedos os vencem.

Não há saída

Pagamento igual.

Márcio Oliveira

09/12/2009

MÁRCIO DE OLIVEIRA
Enviado por MÁRCIO DE OLIVEIRA em 04/08/2010
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