Clarão das horas...
Clarão das horas...
Madrugar,
Esvai-se a noite em teus lençóis,
Alvos desejos voejando,
Reluz tua tez envolta em desejar,
Pela janela um doce exalar,
Mesclando néctar e amor...
Tu, rara pintura luzindo.
O amanhecer é inteiro teu,
E o teu amanhecer sou eu...
Dia,
Chega agora sôfrego e orvalhado,
Sol que me aparece,
Raio que me doura,
Estrelas buscam o ninho,
Eis que ofusca a prata,
Embevece cada naco do olhar...
Lua, estrelas, repousadas...
Eis que me agasalho inteira em ti.
Clarão,
Nascente inclemente,
Gemas faiscantes,
Perolado luzente dos teus olhos...
Chamas clamando,
Vontade,
De ti...
Tela viva, entre o azul e o dourar,
Teu nu,
Nas entrelinhas, sutis pinceladas...
Nós,
Plenos ao sol nas tintas do amar...
Inspiração: Nascente, Flávio Venturini