Já pensei em crescer, não prá sempre, mas crescer um tanto...daquele jeito que não encabule os adultos e nem os deixem saltitantes. Já "criancei" meu tempo e o levei para uma ciranda de roda...Linda que foi! E já o desfiz por não entender esse brincar dos ponteiros, e todos segredos de seus torturados roteiros.
Já roxeei de amoras doces lábios e todo pranto. Se já pensei prender as cores da infância? Bem que quis...Mas deve saber, não se pode! São livres! Como livres são as asas do querer, e do percurso feminino das carícias e respostas todas, que não cresceram comigo, mas que agora querem.
Já senti o pesado punho dos homens maus; e amanheci, quando vontade era dormir...prá sempre! Quis ter o tamanho deles e apagar o desencanto sobre as linhas do meu riso, que não permitia ser escancarado. Consegues ver?
Já escrevi o amor que inventei e todo paraíso escondido nas sombras do meu olhar. Já fiz e refiz malas de palavras soltas, que famintas, se espalhavam sobre meu caminho...[e agora, não as guardo mais].
Já pensei em crescer sem elas, mas confesso que fiquei perto de deixar morrer o melhor da alma em mim. Não quero morrer agora, por isso me abrigo aqui.
Posso? Só enquanto cresço?...
Mirea
Enviado por Mirea em 03/08/2010
Reeditado em 03/08/2010
Código do texto: T2415964