O susto
Eu me assusto por minha imperfeição,
Pela saudade enganosa da perfeição.
De não saber se devo me deixar levar ou não,
Pela necessidade diária de fugir do mundo.
Eu me assusto com meu ego, com respostas para tudo,
Pelo silêncio cansado de perguntas sem respostas,
Com minha falta de simplicidade,
Por não ser o que sonhei.
Eu me assusto por precisar de colo,
Por esconder minha fragilidade no mau-humor,
Por chorar de birra longe dele,
Por estar comprometida.
Eu me assusto por sempre cansar de tudo,
E tudo sempre cansar de mim.
Por saber que tudo envelhece.
E pessoas vão embora.
Eu me assusto por ter pavor da rotina,
Mas ter coragem, e com ela insônia.
Por desistir de um sonho. Na sua construção.
Por ter sido traída por Amigas.
Eu me assusto pelo fato de estar bem,
Mesmo dentro de um temporal.
De ainda acreditar nas pessoas,
Por perceber pedaços da minha inocência.