Sopro
Amanheço erguendo-me com a força pura dos raios da manhã, mesmo não estando no meu esconderijo matinal onde recomeço os ciclos. Não sei como vieram, provavelmente seguindo os rastros que deixei naquele último mergulho à beira mar, mas não questiono a posse do endereço, não preciso fugas para o que me fortalece.
Será chegada a primavera em pleno agosto? O calendário contraria as cores que se pintam à frente, desde o espelho.
O dia sorri em piruetas acrobáticas, visto então a fantasia para recompor o papel por hora esquecido. Se recordo o ato sem nenhum vacilo, de certo o mérito não está na memória refeita com o amanhecer, mas no sopro que Ele sempre dá, sem carecer motivos.
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