Desafio

Tomo de um gole desse instante

E, devagar... Bem devagar

Sorvo a saliva seca

De dias áridos...

Noites pestilentas nos pântanos da vida.

Degustando cada lágrima perdida

Cada sofrimento esquecido.

E, o pranto úmido que me resta

Lavo na alma da chuva.

Fria como a lâmina cortante da morte.

Mas, ainda sobrou um pouco de sanidade

No copo, na mente, no corpo...

A loucura me persegue!

Mas, ela ainda não me tocou

Apenas a mim engana e desafia...

Para que eu tome de assalto o instante

Com o último gole do copo

Com a clareza da mente

Com a sensação do corpo.

Assim ela a mim abandonaria

Conflitando com os meus sentidos.

Até entender qual é o sentido

De estar sóbrio diante do mundo.

E saber que as nossas lembranças esquecidas

São apenas partículas do tempo divagando no cosmo.

Na esperança que você venha resgatá-las

Para todas reunirem a totalidade do ser.

E, se bem educadas forem... Servirão de escudo!

Para enfrentarmos o desconhecido mundo da razão.