Minhas Vísceras Nessa Noite Lancinante

Canção em sânscrito popular

Em tons pastéis da alma

Sufrágio de superbíssimos méis

Colhidos entre os clássicos ciprestes.

Solto, grita a vida no tenaz imperfeito

Sou poeta da dor, da flor do peito

Que não tem jeito em se aprumar

Do pelourinho, trago a forca.

Duas mambas negras colhem gerânios

Dentro de mim, pouco de nada

Na terra emboscada, desramada

Patético bem-estar duma noite inspirada.

Faz de mim viagem de folha

Que ruma ao ponto e desaponta

Traz de esguelha, a forma da onda

Do mar, um alta a rechaçar.

A maré fundamental:

Tiros de fotos em caibros de sal

Dia na cava, malandro infernal

Janta a vela, arrota o castiçal.

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 15/09/2006
Código do texto: T241176
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