Tive medos, quem não os tem? Tive momentos
de poesia que sairam do corpo e não, comumente
como saem da alma.
Já não me conheço e nem sei muito de mim. Esses
rabiscos saem do meu silêncio. As palavras cam-
baleam e com dificuldade erguem-se e tentam fi-
xar-se no papel. E eu, sofregamente, cuidado-
samente vou caminhando na beirada do meio fio
dos sonhos. E nesse caminho me aparo, lapido e
mudo.
Abro o coração e tristemente vejo que pouco sei de
mim. No caminho que trilho não couberam todas
as emoções, sonhos e amor da minha existência.
E apesar de triste resolvo trocar o cinza que coloriu minha alma pelo colorido de novas emoções e sonhos
salpicando meu chão com gérberas azuis, rosas sem espinhos mas, mesmo assim meus pensamentos teimam em
tropeçar em ti. Eu permito.
E o dia recomeça com a calma que a vida traz su -
tilmente se repetindo, sublinhando, realçando.....
( e o Sol entra descaradamente pela janela, me
cobre e não tento fugir).