Hora Zero (00:00)

Já não escuto mais nada

Nem os sons da noite

Nem mesmo o vento sorrateiro

Os pássaros, ao ninho, já se recolheram

Dormem tranquilos, aconchegantes

Esperando o dia amanhecer

Não ouço sequer o meu coração

Já não pula, não grita, não enlouquece

Será que estou morrendo por dentro?

Só sei que quando perco os sentidos

Quando perco a noção de tempo

Sou poeta ao extremo, de verdade

O relógio já marca meia-noite

Hora zero, Hora nenhuma

E eu permaneço aqui sentada

Nesta mesa de vido inquebrável

Mas coloco nela o peso de [ minhas indecisões ]

E ela parece abalar-se...

A cada gole de suco

Desce um áspero e amargo gosto

Serão as desilusões dissolvidas no copo?

Ah! Vivo tentando decifrar os outros e eu mesma

Não posso me desvendar!

Ana Luisa Ricardo
Enviado por Ana Luisa Ricardo em 31/07/2010
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