HAVIA...

   Havia...um certo mistério...e um prazer imenso,
   Olharmos fotografias do passado
   E juntos trocarmos olhares tensos
   Misto de emoção e decepção
   Pelo correr implacável do tempo...

   Impossível deixarmos de lado
   No encontro que nos conduzia,
   Pedaços de nossas vidas,
   Que desfrutamos os dois... isolados
   Cada um em seu caminho
   Nas ruas tortuosas do destino...

   Havia sempre...a hora... o momento da troca
   De provarmos o que fomos...
   Vitórias e alegrias perdidas...desenganos
   A zombar do tempo no alento
   Da mocidade alada...

   Havia...no espaço em que você me buscava
   A fugir de  seus tormentos...
   Antigas fotografias
   Dispostas por todos os lados...
   Em sua carteira, na pasta que trazia,
   Em minha cama... Em meu quarto...
   No espelho do armário...
   Sim! Era alí que você estava...
   quando a vida lhe doía!

   Quantos anos eu tinha quando você nascia?
   Não sei de nós dois
   Qual o mais desenganado
   Com a imagem que o espelho refletia...
   Seria mesmo uma prisão o nosso espaço
   Como mais tarde, ingrato você diria?
   Ou seria a verdadeira liberdade
   Marcada com a verdade
   que você temia?

   Sentimentos camuflados...escondidos
   Verdadeiro teatro...
   Depurado em tantos e tantos atos
   Sem medida...   Aos poucos eu entendia...
   Era essa a verdadeira prisão
   Que um homem de rara inteligência
   poderia estar contido!

   Fique em paz! Jamais revelarei...
   Segredos  e confidências
   a desmerecer friamente...
   quem também passou  por sua vida!
   Fique tranquilo! Jamais trairei...
   A quem em mim confiou um dia!

   Por pior que sejam  seus atos...
   seus pecados
   Táticas e estratégias primorosamente elaboradas
   Desmoronam com o tempo...
   Mas já então refeito...
   Será um novo recomeço
   Do seu carma!



   


Mariapaz
Enviado por Mariapaz em 29/07/2010
Reeditado em 29/07/2010
Código do texto: T2407384
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