PARA OS AMIGOS

Dos amigos não me arredo

Grudo neles como o carrapato ao cavalo

Junto deles tenho o calor inexistente do Sol

Se tem chuva pouco importa

É neles que encontro abrigo.

Desconhece isso os que se afastam

E à distância que se impõem

Abandonam-se na individualidade e assim vivam

E voltam às suas casas tão logo se encerra o expediente.

E aquele que a espreita observa no alto da torre

Não tem outra companhia senão dos bajuladores

Que fazendo jus ao trabalho exercido

Ofertará deferências tão logo outro assuma o trono.

Dos amigos não me arredo

São de perto, de longe, não importa

Estão ai todos os dias e sempre estão

Ora calados, outras falantes e outras só olhando.

Mas são meus amigos.

Das segundas,

Das Terças,

Das quartas,

Das quintas e das sextas.

São os amigos...

Do peito,

Do bar,

Do café,

Do cigarro compartilhado

Da música em coro cantada

Da risada escancarada.

Esses são meus amigos

E sou feliz por isso.