CELEIRO DE ESTRELAS.
Mais uma vez se perdeu ao se encontrar na estrada sob a luz da lua alta e grávida,requintada e suntuosa no firmamento, onde astros aos montes se lançavam tal qual pirilampos em desvairada queda livre.
Estrelas cadentes/cadenciadas na beleza indiscritível da noite emoldurada entre formações rochosas margeadas por pastos iluminados por resplendorosa claridade lunar.
Lunática,seguia a vida em tons de silêncio e cegueira de sons.
Em riso/ siso
em ida/volta/reviravolta,mas sem revolta;
em vida sem data mais com prazo de validade ilegível.
Pneus rolando velozes/ferozes em rumo/prumo a um aconchego/porto seguro da alma exausta pela estrada e pela espera;
pela luta e pela paz conquistada na guerra diária pela sobrevivência.
O resplandecente céu coalhado de astros se fez moldura ideal para estancar as lágrimas e já quase podia tocar uma a uma as estrelas naquele imenso/infinito/incrível de tão crível pedaço de via láctea que se desenhava concretamente na noite que seguia em rumo adiante na rodovia.
Noite,paisagem e alma, tudo absolutamente enovelado por sublime magia de constelações que se espalhavam sem pudor no firmamento/ pasto de astros/celeiro de estrelas.
Márcia Barcelos.