CANTAROLANDO CORES.

Podia esperar da vida quase tudo, entre dores e amores, já não se surpreendia.

Não quer dizer que não sofresse ou se alegrasse,apenas não traçava planos.

Os projetos se houvessem, viriam a se tornar prospectos palpáveis.

(A)guardava o anoitecer e a aurora com grávida expectativa de sonhos reais ou realidades sonhadas.

Insone.

Insana.

Seguia a vida pé ante pé, em silêncio atabalhoado, em riso dersavorado que se derrama pela alma, em lágrimas(con)vertidas e

vestidas de solitária angústia.

Havia silêncio...

... Silenciosamente se despia das dores e dos anseios/receios.

Seios abertos em flor,já havia colhido rosas em botão.

Levava o peso da alma refletido no corpo, os sulcos cravados na face, as mãos não tão firmes,os sonhos (in)vertidos/perdidos no universo paralelo que finge acreditar existir e acredita fingir poder tocá-lo.

Raios reluzentes da lua recém parida,tendo por berço o mar que se faz e desfaz em seu caminho dourado de luz, mesclado de estrelas que dançam na amplidão se refletindo alegres e fugidias entre vagas e marolas.

Constelações de peixes e cardumes de estrelas, mistura perfeita de céu e mar.

Peixes no infinito etéreo, estrelas flutuantes sobre ondas e sonhos.

Espuma/bruma.

Louco devaneio...

... de quem se faz/desfaz/refaz apenas para ter a certeza de que está viva.

Seguia desenhando sons no papel e cantarolando cores pelo infinito.

Márcia Barcelos.

Márcia Barcelos
Enviado por Márcia Barcelos em 27/07/2010
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