Um olhar
A vida lança de si em meus sentidos uma complexa forma de ser compreendida. Faz-me chorar a cada retrospectiva que assisto, buscando entender a essência de tantos fatos distintos, excêntricos e trágicos.
Sou um homem que vê, com os olhos fixos no horizonte das emoções, o mesmo horizonte que apenas promete verdades e soluções das causas do pensamento humano.
Quanta dor transmite a visão da vivência faminta por um futuro próspero, dos moleques abandonados no solo descoberto do mundo; quanta estagnação ao saber de combates armados entre polícia e marginais, que fazem valer a maneira de vida que a sociedade os presenteou; quanta emoção, e, quantas lágrimas, ao ver um jovem oferecer sua vida em defesa da magnificência da liberdade de pensamento e de expressão.
Chorei! Chorei de verdade por tudo isto!
Talvez vá demorar um pouco, para que eu consiga realizar o ideal de compreensão das relações entre os homens, e das relações entre mim e meu próprio pensamento. E é esta última que se apresenta como sendo o caminho para a criação de uma filosofia de vida plena.
Que todos os homens não se abstenham diante da deformidade de interpretação das coisas, e sim, pulem para dentro de si próprios, em busca da razão presa nos emaranhados das visões e das idéias. Assim, decifrem a causa da dor, da estagnação e da emoção que simplesmente preenchem uma mente de cansaço, mas a esvaziam das soluções lógicas e básicas para a vida.