Nunca tua flor eu fui.... Da série " Canções e Re - Vesos"

Não sei se sou Flor,

Mas sei dos espinhos que a dor por ti causada evoca,

Por isso quero apenas decifrar o desconforto do abandono,

E com isso degustar o sal que verte,

Esmiuçando o que dói,

Deixar que emurcheçam os poros...

Por isso permite que agora eu vá,

Não deixa o teu riso cruzar com meu pesar,

Teu rir é incompatível com o meu chorar,

Teu brilho de sol ofusca meu lívido luar.

Portanto desta vez, deixa que eu vá...

Pensei teu Sol a iluminar meus dias,

Raios teus que me cabiam,

Pratas do meu luar ávido e enternecido

Porém pequei pus minha alma da tua assim tão perto

Não houve encontro, e sim deserto,

Escuro e solidão...

Quando tu despontas já estou a me aninhar

Ao teu deitar solene, sou eu em prata a brilhar,

Razão porque esse encontro certo nunca não dará...

Ciclos que se fazem, desfazem e refazem,

Eterno desencontrar.

Nunca tua flor eu fui...

O que sonhei, desfiz,

Com o teu destituir.

“Espinhos somos no caminho de nossas próprias flores...”

“Tire o seu sorriso do caminho

Que eu quero passar com a minha dor

Hoje pra você eu sou espinho

Espinho não machuca a flor

Eu só errei quando juntei minh'alma a sua

O sol não pode viver perto da lua...”

A flor e o espinho: Nelson Cavaquinho, Guilherme de Brito, Alcides Caminha.

Roseane Namastê
Enviado por Roseane Namastê em 20/07/2010
Código do texto: T2389448
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