A chegada da morena

Muitos possuem seus lamentos, que não têm forma definida. Porque estes tormentos, fazem todos parte desta vida. Um diz que é pau, outro fala que é pedra. No meio desta confusão, não se sabe qual o mal da discussão e de imediato então, o homem sempre medra. Estive vendo estes dias um fato que não causa espanto. Entre professores famosos, que têm o nosso encanto, por serem poetas charmosos, ou escritores de canto que fazem por toda parte, para isto usando sempre “engenho e arte”. Foi numa discussão famosa, entre muitos mestres da prosa, que escutei a falação sobre o Rosa. Os professores diziam e estavam prestes a chegarem às vias de fato. Comparavam neste ato Machado e o homem do mato. Sagarana, dizia um; Dom Casmurro dizia outro. Ninguém chegava a um acordo, até que um mais sacana jogou lenha na fogueira, dizendo que Olavo Bilac não sentava na cadeira que Castro Alves com ela, fazia maior brincadeira. Confusão feita e armada, até que chegou a morena, não a criada por Macedinho, mas aquela linda pequena que de outra parte fez arte. Chegou assim de fininho, bonita de dar pena. Acabou a discussão, não ninguém queria não, perder divina visão; ver de novo a bela morena, a que sempre encantava por onde ela passava. Estava vestida de branco e em todos deu um tranco, toda boca se calava, “cesse tudo o que a antiga musa canta”, pois a morena tudo levanta...

Jorge Cortás Sader Filho
Enviado por Jorge Cortás Sader Filho em 19/07/2010
Reeditado em 19/07/2010
Código do texto: T2386845
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