DESCONHECIDA
Uma serelepe moça, vestida com um suave vestido branco, tênue, que acompanha a silhueta de seu delgado corpo de menina, recém saída da adolescência, caminha pela areia fofa da praia, vagarosamente, a sentir a brisa nas maçãs rosadas de seu rosto delicado, com olhar tenro para as águas insanas do mar agitado e seu cabelo loiro tremulando ao vento, nessa manhã de sol radiante do mês de janeiro. No horizonte, um arco-íris multicolorido, que se mistura no sagaz bater de asas das gaivotas, que cantam veementemente no céu. O som de seu canto se mescla ao tentador canto da sereia, que seduz os algozes piratas recém saídos de seus saques noturnos, a um antro de perdição que termina por deixá-los à deriva. A moça, de pele macia, branca como a neve, avista uma alameda de palmeiras, d’onde repousam os sabiás, tímidos em cantar, pela presença da moça a lhes encontrar. A moça caminha sem rumo, completamente pura, sem pudores, cheia de amor no coração e sorrisos sinceros entre os lábios vermelhos como o sangue e doces como o mel. Ao chegar sob as palmeiras, os sabiás cantam desinibidos, ao sentirem a energia sublime e pacífica que circunda a bela moça, que agora pode descansar tranquila, no frescor da sombra oferecida pelas folhas pinadas das palmáceas, serrando seus olhos azuis, que outrora eram agitados como o mar salgado.