O Verbo*
Tenho uma palavra sob a ardente calma da minh´alma
Ando sobre ela e mesmo assim não amassa
Não passa.
Enganando eras, metas e lucidez, súbita se mostra
Transpassa.
Uma palavra como poema que ressurge do nada
Esgarça
Sem imagens concebidas e vividas, quer guarida
Laça.
Tenho uma palavra que floresce e ameaça
Não regava, não notava, não provocava
E ela sutil, acarinha meu sonho, torna-se alada.
Rompe a derme, solta o grito e me indaga.
Não se esconde, transpõe
Sublime, ultrapassa o encontro, torna-se tesouro
Desfragmentada sai-me pelos poros desejosos
Em versos obscuros ou reluzentes de ouro
Amor é sempre essa palavra.
Karinna*