A si, Senhora Morte, espero-a na minha quietude cansada.
Espero-a coroada de tantas flores quantas as que na vida me negaram, ou roubaram.
Espero-a envolta em trajes brancos, resplandecente, sorrindo ao fundo do túnel de fúlgido azul.
Espero-a com o sorriso da verdade única, primeva, ao lançar-me nos seus braços confiantes, que me não renegarão, nem me julgarão demasiado humilde, nem simples-simplória para neles me acolher.
Abraçar-me-á como a todos os ricos e prepotentes, como a todos os mandantes e assassinos, como a todos os crápulas e santos.
Sei que está à espera, como eu estou... nem uma nem outra demasiado ansiosas...
Antes tranquilas, sabendo-nos fiéis.


Lisboa, 18/9/2005