Eu... nós...
Eu... Nós...
Sou um poema solto, errante.
Na chávena sou um verso fumegante,
Sou letras sem parcimônias,
Chego e me aconchego em dias de sol escaldante.
Feita fui de harmonia,
Sou simétrica, simetria,
Na noite sou prata e nostalgia,
Trago na pele grafado o vôo livre da alegria.
Não sou de me anunciar, mas se o faço en_canto,
Entro logo pé ante pé, mais flutuo do que ando,
Na oficina do peito construo, sou operária do riso e do pranto.
Não prenuncio rimas, extraviando estofes, sigo di_versificando.
Simbolicamente traço,
Arranjo filas de sílabas perdidas,
Componho e conto, dou ordem faço cantigas,
Há um rito peculiar, uno no traço que faço.
Será que sou de encantar?
Ou feita de leves cantos?
Sou eu num poema a morar?
Ou mora em mim o versejar?
Não sei, nem quero entender,
Mistério e fascínio a nos intrigar
Afeitas que somos uma a outra,
Eu e a poesia, entranhadas, viscerais...
Ambas, além do mero compreender...
Roseane Ferreira
POL de 13/07/10, mote: Poesia, fascínio e mistério