Eu... nós...

Eu... Nós...

Sou um poema solto, errante.

Na chávena sou um verso fumegante,

Sou letras sem parcimônias,

Chego e me aconchego em dias de sol escaldante.

Feita fui de harmonia,

Sou simétrica, simetria,

Na noite sou prata e nostalgia,

Trago na pele grafado o vôo livre da alegria.

Não sou de me anunciar, mas se o faço en_canto,

Entro logo pé ante pé, mais flutuo do que ando,

Na oficina do peito construo, sou operária do riso e do pranto.

Não prenuncio rimas, extraviando estofes, sigo di_versificando.

Simbolicamente traço,

Arranjo filas de sílabas perdidas,

Componho e conto, dou ordem faço cantigas,

Há um rito peculiar, uno no traço que faço.

Será que sou de encantar?

Ou feita de leves cantos?

Sou eu num poema a morar?

Ou mora em mim o versejar?

Não sei, nem quero entender,

Mistério e fascínio a nos intrigar

Afeitas que somos uma a outra,

Eu e a poesia, entranhadas, viscerais...

Ambas, além do mero compreender...

Roseane Ferreira

POL de 13/07/10, mote: Poesia, fascínio e mistério

Roseane Namastê
Enviado por Roseane Namastê em 14/07/2010
Código do texto: T2376748
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.