DETALHES pequenos (sim), MAS ...

Conforme consta de nossa biografia, sou filho de pequenos agricultores do Alto Sertão pernambucano... Hoje, isso é chique, mas na época (quando cheguei à cidade), nos primeiros anos, não era... HOJE existe até o Programa Nacional da Agricultura Familiar ou a questão de na ficha de matrícula dos filhos constar como agricultor...

Lembro que certa vez, era a última noite do parque infantil na cidade (deve ter acontecido em dezembro de sessenta e nove) e, meu pai comprou um ingresso pra que eu fosse nos cavalinhos (ainda criança, viu)... A fila estava de dobrar quarteirão e, voltamos pra casa após algum tempo, sem gastar o ingresso...

É um pequeno detalhe, mas significativo a ponto de saber que, meu pai nunca pode ver o filho nos cavalinhos do parque; MAS, entendo que, se dependesse dele, as coisas não seriam assim...

POR QUÊ, iniciamos o texto com um detalhe que não interessaria a outras pessoas (?!)...

Aparentemente não interessa; MAS, estamos numa imensa crise de identidade (que não nos deixa perceber quem somos, o que estamos fazendo aqui, para que fomos colocados aqui, onde passaremos a eternidade, etc)... Vinculada à crise intelectual (por quê perder tempo pensando???)...

O que isso tem a ver com o momento (?!)... Vejamos...

É um detalhe pequeno (sim), MAS quem sabe seja a falta de detalhes pequenos (aparentemente insignificantes) que fizeram a sociedade pós-moderna (que chamo de pós–superficial); Esteja tão insensível, tão inóspita, tão fria, tão dura, tão insensível...

Parece exagero??? Pareço pessimista???

Seguinte: Sabemos perfeitamente que existe gente de bom coração, que faz boas ações (graças a DEUS) por isso...

CONTUDO, entendo que mesmo com muita gente boa por aí (no bom sentido), não estaremos privados de apresentar a face que não deveria existir... A disposição maligna (satânica) que se opõe ao SENHOR e REI... Inclusive, as vezes pessoas que se deixam conduzir por essa disposição maligna... Afinal, a igreja que se chama pelo nome de JESUS, foi responsável pelas CRUZADAS, SANTA INQUISIÇÃO, NOITE DE SÃO BARTOLOMEU, etc...

Talvez, nem se considere que, uma criança vítima de incesto (envolvendo estupro) pode ser obrigada a suportar uma gravidez de risco, porque segundo pseudos representantes de DEUS ameaçariam ex-comungarem–na SE a família autorizasse uma intervenção cirúrgica...

Assim, pequenos detalhes (principalmente antigos e individuais), por um lado, aparentemente não teria nada a ver com o contexto social onde estamos... Por outro lado, pode indicar como era a estrutura familiar no interior nordestino e, como estaria hoje, quando somos livres pra fazer o que quiser (como dizem alguns)...

Responder ou apresentar possíveis saídas (diante do caos) por um lado parece uma incógnita; Por outro lado, a falta de respostas (em nossos dias), indica no mínimo descaso... A gente se acostumou ao não tenho nada com isso...

Não sabemos onde estaria à saída de emergência???

Seria necessária uma saída (de emergência)... Não fizeram esse tipo de saída ou não estamos procurando???

É revoltante porque alguns levam vantagem e outros pagam o pato???

Existe (em nosso meio) um adágio popular, segundo o qual, se o mar pegar fogo, a gente come peixe cozinhado... Assim, haverá (sempre) alguém interessado na continuidade de problemas, com o objetivo de ganhar alguma coisa vendendo soluções...

Há alguns anos, li na Biblioteca da faculdade, o livro GEOGRAFIA DA FOME, onde descobri que na década de cinquenta, o saudoso Josué de Castro, relacionava sugestões (viáveis) que, colocadas em prática já amenizavam os problemas em conseqüência da seca do Nordeste...

Não sabemos até quando???

Mesmo que, considerando o atual estado de coisas, poderia dizer que os problemas não existirão para sempre... Mas, como não vamos entrar no mérito da questão (diriam ser fora de ordem)...

DEUS teria nos abandonado???

Responderia a pergunta com outra pergunta... DEUS foi rejeitado pela sociedade pós–moderna???

Não creio que DEUS teria nos abandonado... ELE está mais presente que nunca... Não fosse isso, não haveria como suportar o caos que o pós–modernismo foi instalando aos poucos... Certamente, conhecemos muito mais hoje que no passado e, sabemos que, algumas das (aparentes) facilidades da vida moderna, trazem conseqüências in suportáveis; CONTUDO, o ser humano prefere ter facilidades que ralar um pouco...

É assunto pra outros textos... Afinal, deixa pra lá...