A fome do horizonte!

Ouço o Fagner cantar "Dezembros" do Zeca Baleiro,

viajo no verso:

"Os meus olhos tem a fome do horizonte".

Os meus também tem!

A fome do profundo,

do belo, do azul,

do encontro.

Céu no mar.

Linha do inexistente...

sonhável.

A fome livre, (in)saciada,

que sobressai no olhar,

ultrapassa o mero, o comum,

o agora, o já vivido.

Ultrapassa o visto... vai além.

Outros mares.

A fome do horizonte

cruza os dezembros,

cruza oceanos e desertos (como na canção),

*passa domingos olhando o mar {*Chico Buarque}

e não se satisfaz

é sem limites.

A fome do horizonte é a poesia solta

nas ilusões possuídas...

sem amarras, sem laços,

que larga a vida no pulsar do dia-a-dia.

Simples, ar, suave, brisa,

paixões. Momento!

Olhar inquieto... nada a dizer...

encantamento...

busca... encontro... arrepio.

Invisível aos olhos,

impossível ao toque,

vai além.

Testemunha algo que o coração concorda,

se emociona, se prende.

A fome do horizonte

mora em mim!

Dete Reis

Dete Acioli
Enviado por Dete Acioli em 13/07/2010
Reeditado em 27/06/2014
Código do texto: T2375263
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.