Holocausto da pureza.
Vês o corpo, que sobre teu leito entoa
o melodioso suspiro dos que partem sem mácula?
Reconheces ao menos a pureza da matéria
que conduzes impaciente ao sepulcro?
Acaso encontrastes o manancial voluptuoso
o qual saciaria tua avidez por vida?
Repara na névoa que cobre os turvos olhos de agora
e na indelével marca que trouxestes da vereda percorrida
E diz-me,
por que a pressa em veres sepultada
aquela que mesmo morta , conserva a brandura dos que se imortalizam
se ,no entanto, és tu o ser que em vida padece?