Sobre os anjos
Eu queria falar dos anjos,
Sim, deles mesmo!
Daqueles que habitam nossos sonhos
E trazem harmonia.
Daqueles que chamamos de arcanjo,
Mesmo que estejamos olhando a esmo,
Ou freqüentando pensamentos medonhos,
Que mexem com o corpo e nos arrepiam.
Sei que eles existem,
Basta olhar ao redor e sentir sua presença
No balançar de uma folha ou no sorriso da criança,
E de forma intensa captar sua vibração,
Ou escorregar e cair na escuridão.
Mas no anonimato eles dão as cartas,
Contando-nos mentiras embalsamadas,
Ou verdades disfarçadas.
Destinando as coisas certas e erradas,
A todos nós, sem distinção.
Na dimensão em que existem,
Não podemos ouvir suas palavras,
Nem sentir o calor do seu corpo,
Mas que corpo?
São invisíveis e só se manifestam quando nossa ira supera a razão.
Não se misturam com os outros,
São nossos eternamente nossos.
Guiando-nos pela vida,
Com olhar cego e curando os destroços.