CAMINHOS TORTUOSOS
Caminhei sem rumo nas brumas do tempo. Percorri, trôpega, ruas e vielas escuras, corredores inóspitos, praças de dor. Sentei-me em bancos gélidos, enregelei as emoções. Perdi o rumo nas noites inconsequentes, em ambientes tétricos, em pensamentos putrefatos. Corri perigo nos olhos dos passantes, na cobiça vil da luxúria. Vivi situações hostís, senti a brutalidade bestial, feri minha alma. Caí no fosso fétido da ilusão, entorpeci os sentidos e a visão, me corroí. Quedei-me aos apelos enganadores, fugi dos amores, sucumbi.
Quando pensei chegado o fim, mãos se estenderam, fluídos salutares me envolveram, eu subi. Voltei a ver a luz, renasci.