Desenhos - Da série " Canções e Re- Versos"
“Quem quer viver um amor, mais não quer suas marcas
Qualquer cicatriz
A ilusão do amor, não é risco na areia é desenho de giz.” Desenho de Giz, João Bosco.
Desenhos
Gravuras tuas em mim.
Já grafei teu nome na roseira,
Cada grafo um risco de sangue...
Acabei por me arranhar nos teus espinhos.
Rascunhei na areia tua imagem
Grão por grão, fiei fagulhas,
Fiei sonhos, fantasiei alegrias,
Ao vento foi-se, desfez...
Risquei meu verbo sobre o teu
Rabiscos, de giz na parede,
Tempo breve água forte.
Marcas postas ao léu.
Impresso em cimento,
Na borra do asfalto,
Traçado no pó de café,
Na nata do copo,
No grafismo clandestino,
Nos lanhos, arranhos e enganos,
Mensagens de ti,
Teu nome, sempre,
Aqui e ali.
Qual delírio,
Tua letra nas nuvens,
No céu de minha boca,
Pelos meandros do existir,
Linhas avulsas, pintadas para ti.
Sou inteira tatuagem rematada e conclusa de ti.