O EGOÍSMO EM POESIA

O EGOÍSMO EM POESIA

Quero palavras úteis

que desvendem a reconhecível incerteza

dos caminhos desvirtuados pela escuridão.

Quero palavras sóbrias

que orquestradas pelo fascínio

enveredem pela estrada do tempo na leveza do amor.

Quero palavras surdas

que nunca magoem o mundo

Quero palavras em chamas

que o vento não as apague

Quero palavras entregues

a improváveis mentiras

Quero palavras

pacientes na entrega

Quero palavras

orquestradas pela paixão

Quero palavras

escritas em segredo

Quero palavras

suspensas na paisagem

Quero palavras

brandas, leves, lindas...

Palavras

que soem como música

em Dó maior

alegrando

o meu

eu.

LÍGIA SAAVEDRA