Tormento do Silêncio

(DE SEIXAS, Jordão Moraes)

Já se passaram dias, meses e quase um ano que em silêncio estava o meu coração. Como se houvesse parado de implorar por um “amor”, em silêncio se escondia por trás de páginas de um caderno que tornei meu fiel confidente.

Como que já não haveria salvação para o meu íntimo sofrimento me apegava em velhas canções de “Roupa Nova e Yahoo*” para enganar esse silêncio apavorador.

Na verdade, o meu silêncio, não era nada mais do que o medo de ficar sozinho.

Em momentos de aflição, por ser homem, incomoda-me as lágrimas que eu engolia, só não imaginava que essa dor que sentia, era o meu orgulho de “Homem que é Homem, não chora”.

Passaram-se noites, dias e o vazio do silêncio preenchia cada vez mais o meu ser, e cada vez que sentia vontade de chorar, procurava a chuva e nas maiorias das vezes não encontrava, então me refugiava no chuveiro tentando enganar a mim mesmo escondendo no ralo do banheiro água e lágrimas.

Hoje,... Caminhando pelas mesmas ruas quando em chuvas caminhei, ainda sinto as marcas do meu fracasso de ter medo de chorar, pois em mim havia sempre um motivo maior para sorrir. Era Deus que aos poucos me ensinava entender a vida e o sofrimento.

Já se passaram dias, meses e quase ano, e no silêncio que sacrificava o meu coração com o orgulho de ser “Homem”, descobrir nos olhos, no sorriso e no “Amor” de uma mulher, que o verdadeiro homem é aquele que não foge do sofrimento e nem esconde as suas lágrimas.