Prosa Poética – Desilusão

 

Vi, com meus próprios olhos

A aflição daquela bela adolescente e grávida senhora

Cabisbaixa, parecia triste assim como que jogada fora   

Com uma criança em seu ventre

O normal seria estar contente

Porque iria parir, dar à luz a um inocente

Porém da vida não tinha mais graça,

Eis que seu amor não fora de boa argamassa

Fugira de casa com um inclemente

Gerar um filho de pessoa tão indecente,

Fora ludibriada, não o queria abortar

Justificar um erro com um ato imprudente

A solução seria orar a Deus que a protegesse

Longe da família e sem ninguém pra apelar

Por que abandonara seu lar tão feliz...

Pra viver com alguém que parecia sedutor

E com muita promessa a conquistou

Viu-se traída, andou sem diretriz,

Pensou num ato extremo, repensou

Mas não suportou a pressão do meio ao qual fora posta

E no mundo das drogas adentrou

Querendo ludibriar aquele sofrimento

Às maiores humilhações se sujeitou

E quando não pôde mais vender o seu corpo

Viu-se abandonada, com desgosto e sem freguês

Ninguém mais privilegiava a sua nudez

Até que numa noite de desenganos

Ao se recolher Implorou aos céus que a ajudasse

Que daquela tristeza a livrasse

E ao acordar daquela debacle, assim como da mágica, um passe

Como se estivesse vivendo um devaneio

Viu seu pai e sua mãe a lhe chamar

Vamos, querida, aqui não é o seu lugar...

Dessa amizade não se pode esperar nada

Pois Deus criou a mulher somente para ser amada

De manhã, à tarde à noite e até de madrugada...

 

ansilgus
Enviado por ansilgus em 06/07/2010
Código do texto: T2362234
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