A ESTRELINHA E O CORAÇÃO
-- Era triste e tentei segurar em minhas mãos a estrelinha que raia todas as noites no jardim da praça ao lado de casa e que dá brilho, alegria para os cravos e as rosas vermelhas de lá! Queria tornar-me alegre também! -- Foi numa dessas noites! Sentei-me no banco da praça e disse comigo: " - Hoje eu seguro em meus dedos o brilho da estrelinha que brilha nos cravos e rosas vermelhas do jardim da praça!..." Mas eu não consegui segurar o brilho por entre as mãos... Até então, pensei existir apenas aquela luz exterior que brilha no canteiro de flores... E sendo assim, nessa noite, a estrelinha não pôde brilhar nos meus dedos... Fui-me embora chateado, frustrado pelo desejo que não realizei e pensei comigo: “ - Erro tanto por esse jardim, vejo os cravos e as rosas vermelhas serem brilhados pela estrelinha e ela não brilha em minhas mãos... Por que será?” Porém, nessa noite, quando ia abrindo a porta de casa, encontrei em frente dela um pequeno pacote de presente nas cores branco e vermelho e rapidamente peguei-o! Curioso, tirei o laço, o papel e abri a caixa do presente! Surpreso! vi que lá dentro havia algo batendo e um bilhete escrito assim: “ - Ei! Eu sou um coração!” O que seria um coração? Indaguei comigo... Nunca havia visto um coração... Foi curioso vê-lo! O tal coração batia forte, ofegante até e parecia ávido por dizer-me algo... Eu entrei em casa, coloquei-o encima da estante da sala e por algumas semanas não olhei-o nem quis indagar o que era um coração e o que queria comigo! Fez frio naquela noite que o coração foi deixado em minha porta e eu não fui capaz de acolhe-lo com os cuidados necessários... Certa noite lembrei-me dele e resolvi vê-lo novamente mas o coração havia parado de bater! - Chorei copiosamente naquela noite! - Foi quando pela primeira vez senti algo pulsar dentro de mim... Era idêntico ao bater daquele coração! Descobri desde então o motivo de não brilhar aquela estrelinha nos meus dedos! – Foi porque vivi apenas exteriormente! – E assim, notei que é preciso bater forte o coração para ter em meus braços o brilho daquela estrelinha! Desde então naquele banco da praça sento, contemplo a estrelinha, os cravos, as rosas vermelhas! Todos harmoniosamente dançam comigo a canção do coração que bate e a estrelinha brilha em nós! E assim, agora! Somos todos felizes!
-- A vida é parceira de tudo que fazemos em sintonia do coração com a realidade... --
(Alexandre Tambelli, 0:47, 22 de julho de 2002)