[O Eu Perdido e os Outros Eus]

[Pinguela estreita requer juízo...]

Pressa de vida, descompreendo;

grito de dor, descompreendo,

do sorriso, nunca sei o porquê,

de amor, morro sem entender!

Da vida com os outros, sei nada não;

o que tu és para mim: um poço escuro;

mas o que eu sou, sempre me aturde;

os meus outros eus que me falam,

e me plangem, também me são estranhos

— descomprendo-os!

A confusão só aumentando...

cada vez mais, e mais;

será a morte chegando... será?

Quando ela enfim, me bafejar no rosto,

já não saberei mais nada, mais nada,

não mais hei de encarar a constante

ameaça a cada passo meu — livre!

.... E então, apeado do cavalo doido da vida,

eu partirei só, partirei para o Nada...

Roliças, escorregadias são as pinguelas da vida,

e se fosse para espalhar otimismo no mundo,

eu nem teria nascido, uai!

[Penas do Desterro, 05 de julho de 2010]

Carlos Rodolfo Stopa
Enviado por Carlos Rodolfo Stopa em 05/07/2010
Reeditado em 13/12/2010
Código do texto: T2359856
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