A metáfora do espelho, minha preferida!
Teto de vidro, casa de espelhos,
Os moleques vêm com as pedras,
Estilhaços do que achamos que somos,
Recolher os cacos depois...
Ninguém olha de verdade o espelho,
Os olhos de Medusa espreitam do fundo
De cada espelho qualquer profundo olhar
Que tudo transforma em pedra.
Enfrentar-se? Qual o quê? Conversa...
Fugimos em desabalada carreira,
Somos covardes demais para tirar
Aquela última máscara...
Mas tolos e ingênuos para estar em nudez,
Uma nudez desnecessária e pretensamente ousada,
Enfeitada de poética, lírica, de outras balelas,
Que escrevemos aqui escondidos atrás da tela,
Uma nudez vã e mal disfarçada que mostra nada,
Nada além de uma vulgaridade banal mal resolvida,
Temperada de pseudo erotismo de mau gosto.
Vontade de chocar, de impressionar, má vontade!
Escritos sensuais, rebeldes, rebelados, gritos mudos
Para querer escandalizar a turba de surdos...
Ah! Quando os leio, quando os leio (poetas!)
Sou moleque armado de pedras...
E acusam-me de ser poeta!
Injusto para um escrevinhador empedernido,
Que ousou plantar palavras tantas e tamanhas
No solo fértil das emoções sinceras,
Adubadas com os pensamentos mais intrigantes,
Para colhê-las no mais improvável da primavera
E lançá-las aos quatro ventos e espalhá-las aos quatro cantos,
Como quem não quer nada...
Porque as palavras são livres e selvagens,
Porque é assim que elas nascem,
Porque é assim que nasceram...
Acusam-me de ser poeta,
Esse reles escrevinhador...
Que não estende uma caneca para moedas,
Que não passa chapéus nem sacolas,
Que não depende dessas tristes esmolas,
E que na ânsia, na fome e na sede
Não pede nada...
Que não esmola acolherem essas palavras
Nem gostarem delas, nem isso...
Porque nos quatro ventos voam aos quatro cantos
Para serem colhidas no improvável da primavera...
(Porque este olhar no espelho foi sempre de enfrentamento)
(Poesia On Line, em 04/07/2010)
Teto de vidro, casa de espelhos,
Os moleques vêm com as pedras,
Estilhaços do que achamos que somos,
Recolher os cacos depois...
Ninguém olha de verdade o espelho,
Os olhos de Medusa espreitam do fundo
De cada espelho qualquer profundo olhar
Que tudo transforma em pedra.
Enfrentar-se? Qual o quê? Conversa...
Fugimos em desabalada carreira,
Somos covardes demais para tirar
Aquela última máscara...
Mas tolos e ingênuos para estar em nudez,
Uma nudez desnecessária e pretensamente ousada,
Enfeitada de poética, lírica, de outras balelas,
Que escrevemos aqui escondidos atrás da tela,
Uma nudez vã e mal disfarçada que mostra nada,
Nada além de uma vulgaridade banal mal resolvida,
Temperada de pseudo erotismo de mau gosto.
Vontade de chocar, de impressionar, má vontade!
Escritos sensuais, rebeldes, rebelados, gritos mudos
Para querer escandalizar a turba de surdos...
Ah! Quando os leio, quando os leio (poetas!)
Sou moleque armado de pedras...
E acusam-me de ser poeta!
Injusto para um escrevinhador empedernido,
Que ousou plantar palavras tantas e tamanhas
No solo fértil das emoções sinceras,
Adubadas com os pensamentos mais intrigantes,
Para colhê-las no mais improvável da primavera
E lançá-las aos quatro ventos e espalhá-las aos quatro cantos,
Como quem não quer nada...
Porque as palavras são livres e selvagens,
Porque é assim que elas nascem,
Porque é assim que nasceram...
Acusam-me de ser poeta,
Esse reles escrevinhador...
Que não estende uma caneca para moedas,
Que não passa chapéus nem sacolas,
Que não depende dessas tristes esmolas,
E que na ânsia, na fome e na sede
Não pede nada...
Que não esmola acolherem essas palavras
Nem gostarem delas, nem isso...
Porque nos quatro ventos voam aos quatro cantos
Para serem colhidas no improvável da primavera...
(Porque este olhar no espelho foi sempre de enfrentamento)
(Poesia On Line, em 04/07/2010)